terça-feira, 10 de abril de 2012

A capacidade de mimetismo

Mais um dia correndo atrás de secretários municipais. Sei lá que acontece com esse povo, viu? Basta o Ministério Público protocolar (mais) uma açãozinha de improbidade administrativa para o povo sumir no cenário. Acho que os auxiliares do atual prefeito são escolhidos, não pela capacidade técnica, diplomática ou de liderança, mas pelo mimetismo. Imagino o cara entrevistando um futuro secretário: “Sabe desaparecer em momentos críticos? Tá contratado”. HO!
Conseguir conversar com o presidente da CMTU é mais difícil que conseguir uma audiência exclusiva com o Papa. Bento XVI tá facinho, facinho perto dele. Arrancar alguma informação da Gestão Pública? Só a fórceps. A ex-secretária de Educação e agora candidata a candidata era mestre em desaparecer. E os assessores? Nunca sabem onde os chefes estão. Não sabem, não viram, não ouviram nada. Sabe aqueles três macaquinhos com as mãos na boca, olhos e ouvidos? Então.
Aliás, os assessores são um capítulo à parte. Um assessor que não sabe onde o chefe está devia ser demitido a pontapés. E aquele assessor de imprensa que não é e nunca foi jornalista e que já admitiu, para mim, que foi “elevado” ao cargo para atrapalhar a imprensa? Afe. Tenho nem palavras para descrever. Minto, tenho palavras sim. Mas se colocar aqui posso sofrer um processo, HO!
O problema é que, se todo esse povo fosse – PELO MENOS – eficiente, ninguém teria do que reclamar. Mas eles fazem um monte de lambança em suas pastas e quando os jornalistas vão pedir explicações, somem. Desaparecem. Não atendem telefones. E se a gente solta a matéria SEM a versão oficial, nós é que somos os malvados. Imprensa má, má! Ruim, somos todos uns crápulas. HO! Tadicos deles, neám?

sábado, 7 de abril de 2012

Sobre furacões

Tem pessoas que passam pela vida da gente como um furacão. Chegam derrubando tudo, levantando poeira, tirando o fôlego. Com essas pessoas, não tem meio termo. Ou você se entrega e voa sem rumo ou se ancora em algo, bem pesado, que lhe mantenha os pés no chão.
Mas a energia dos furacões é destrutiva. Eles só tomam, nunca dão. A liberdade de voar não compensa o sofrimento que causam. Os furacões não têm objetivos a não ser o de ser livres. São fenômenos que precisam do SEU calor para sobreviver. E quando ganham muita força, transformam-se em catástrofes sentimentais.
Um Katrina passou recentemente pela minha vida. Me deixou estremecida, fez balançar minhas fundações. E quase voei. Mas meus pés estão bem plantados no chão. Sei exatamente o que me ancora. E percebi os ventos mudarem antes de ser lançada aos ares. Consegui escapar – por pouco - antes que o rastro de destruição fosse maior.
Quero voar, sim. Mas em um voo bom, que me faça bem. Não em uma coisa louca, girando feito um pião, esperneando e bracejando sem ter onde me segurar. Quero planar, não ser arremessada por uma catapulta. Quero serviço de bordo e não ficar emendando as asas com cuspe e chiclete. Furacões? Never more.