quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

TRISTE NATAL

Natal, pra mim, é uma época de confusão. É muito atropelo, muito corre-corre, muita ansiedade e, no fim, tudo muito frustante. Eu sempre saio dele cansada, irritada e triste. Primeiro porque, há muito, acho artificial todo este clima de pregar a paz e a boa vontade entre os homens. O homem é a criatura mais egoísta, egocêntrica e menos pacífica que existe. Junte um bando de pessoas - obrigadas pela convenção a se suportarem nesta data -, coloque um monte de bebidas na cuca e pronto. Tá armada a confusão. É só ver as estatísticas desta época: cresce o número de homicídio e vias de fato em brigas familiares.
Depois porque, desde que meu pai adoeceu com o maldito Mal de Alhzeimer, é uma tristeza voltar para casa dele e vê-lo na cama, sem poder participar de nada. Ele sempre fez questão de mesa farta e adorava a comidaiada que minha mãe fazia, nesta época. Fazia questão de comprar um Tender enoooorme e, ainda, queria leitoa, frango e milhões de outras coisas boas à mesa. Agora, não pode comê-la. Aliás, nem sabe que é Natal. A ceia em casa acaba sendo muito triste, porque todos ficam extremamente conscientes da sua falta à cabeceira da mesa. Mesmo que ele esteja a dez passos de distância.
Os natais da minha infância, no entanto são boas recordações, que guardo com carinho para me acalentar nesta época melancólica. A família inteira reunida na casa do vó Chico, na esquina da Igreja Matriz: todos os 20 e tantos primos, os tios, as tias, os agregados, as famílias dos tios, os amigos, todo mundo se juntava lá. Somando tudo, acho que dava mais de 100 pessoas. As tias (e a mãe) passavam o dia inteiro cozinhando e ainda encomendavam leitoas assadas no forno da padaria, crocante como nunca mais vi.
Depois da comilança, a primaiada se reunia para brincar, brigar, discutir, fazer as pazes e tornar a brincar no jardim enorme da igreja, que era nosso quintal. Era tanta gente que a casa do vô acabava sendo pequena para todo mundo e os tios iam sentar na esquina, para beber a cervejinha em paz. O vô, que tinha um armazém de secos e molhados na frente da casa, sempre deixava guardadas caixas de papelão especialmente para o Natal. As caixas viravam tapete para os mais velhos sentarem e ótimos escorregas pra criançada descer no gramado da igreja.
O último Natal deste tipo aconteceu quando eu tinha nove anos. Quando eu fiz 10, a vó Maria morreu (às vesperas do Natal). Dez anos depois foi o vô quem bateu as botas (este sim, na véspera do Natal) e a família do meu pai nunca mais se reuniu para comemorar. De lá pra cá, muita gente querida também se foi. Primos, tios, tias, vó (mãe da mãe).
Hoje, a gente ainda tenta. Mas nunca mais será um feliz Natal como costumava ser.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A NOVELA DAS ELEIÇÕES

Bom, agora está decidido. Londrina vai ter um terceiro turno. Depois de muita enrolação, o TSE chegou a um consenso. Penso eu, no entanto, que a coisa ainda vai demorar um pouco pra desenrolar totalmente como uma verdadeira novela.
O recurso do Belinati ainda não foi votado e, com as férias forenses chegando (dia 19 pára tudo), a Justiça Eleitoral só deve convocar os dois candidatos na volta, lá pra meados ou fim de janeiro. Mais um mês de preparação e é provável que tenhamos eleições às vésperas do Carnaval.
Um parênteses: Férias forenses é de fuder, né não? Os pobres mortais só tem férias uma vezica por ano. Míseros 30 dias. O Judiciário, por sua vez, pára duas vezes por ano. Tá, não tô dizendo que todos saem nas duplas férias, mas que tudo anda mais devagar nestes períodos, anda. Fecha parênteses.
E como boa novela, ainda vamos ter muitas emoções. Porque tio Bila não vai largar o osso assim tão fácil, não. Ele vai apelar até pro santo, embora seja evangélico. E se conseguir uma liminar no STF(bate na madeira, bate na madeira), tadicos de nós. Vamos ter um novo prefeito só em 2010, pelo andar da carruagem.
Enfim, aguardemos os próximos capítulos.
E eu prometo não falar mais de política aqui.

AXIOMA

Prefiro um Richarlyson Bambi que um Edmundo Animaaaal no meu time.

domingo, 7 de dezembro de 2008

SALVE O TRICOLOR PAULISTA!

Enquanto escrevo, o São Paulo Futebol Clube se digladia com o Goiás pra garantir mais um título no seu currículo. Confesso, não sou uma fánatica por futebol nem torcedora assumida. Aliás, nem entendo muito de futebol (Mentira, não entendo é nada mesmo. A editoria que nunca trabalhei, em jornal nenhum, foi a de esportes justamente por causa da minha ignorância monumental em jogos com bola, he). Posso me defenir apenas como uma simpatizante curiosa. E o São Paulo é o único time que me atrai, desde pequena. Por isto, torço (apaticamente) para que ele tenha mais um título.
Na verdade era pra eu ser corintiana roxa. Quando menina, eu torcia pelo Corinthians. Minha vó, uma espanholona turrona, era corintiana até o último fio de cabelo. E não perdia um jogo. A véia se aboletava em frente a TV e ficava lá até o apito final. E criança, sacumé, não tava nem aí pra pelota. Eu e meu irmão brincávamos e fazíamos zona na sala. Enquanto o time estava ganhando, estava tudo bem, ela nem ligava. Mas quando perdia.... ela perdia a cabeça e a classe. Aprendi todos os palavrões que conheço em espanhol com minha vó, hehehehe.
O problema é que meu temperamento não é e nunca foi dos mais meigos. Se ela era turrona, eu era turrona e meia. Resultado: a gente brigava feito cão e gato. E eu peguei uma raiva enooooorme do Corinthians. E dos coriantinos, em geral, por tabela. Pra deixar ela mais furiosa, comecei a torcer pelo São Paulo que, na época, era o maior rival. Acabou que meu irmão (outro doce de pessoinha, meigo que ele só) também virou torcedor do São Paulo. E a véia, furiosa com nós dois, he.
Hoje, meus sobrinhos, meu filho, os amigos do meu filho são todos são-paulinos fanáticos. Espero sinceramente que ele ganhe. Principalmente para passar a perna no Grêmio, um Corinthians lá dos pampas, cujos torcedores são tão ou mais chatos quanto os corintianos. Mas se não, tá bom também, he.


UPLOAD - Pois é, foi. Hehehe. Ó tricolor, ôôôôô!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

BIZARRICE

Fumávamos, eu e Laila Menechino, um dia destes, em frente ao JL. Estávamos lá no maior papo e rindo muito, quando aparece do nada um senhor de seus 60 e poucos anos, com um sorriso de orelha a orelha. O senhor pára em nossa frente e diz: "Eu sou católico. Vocês são católicas?" Sem olhar uma para a cara da outra, respondemos ambas ao mesmo tempo: "Não". [Abre parênteses: fui criada como católica mas não me considero mais. Aliás, não sou nada, religiosamente falando. Fecha parênteses.] O homem fechou a cara no mesmo minuto, virou as costas e saiu, sem dar explicação nenhuma.
O fato me levou a conjecturar sobre vários detalhes do episódio. Acompanhe comigo.
1 - O cara estava todo feliz pelo simples fato de ser católico? Se sim, coitado dele. Vai ver que nada na vida dele lhe dá felicidade.
2 - Ele não se apresentou "olha, sou fulano de tal" mas chegou afirmando ser católico como se isto fosse tudo o que todo mundo precisasse saber dele. E daí que ele é católico? Ser católico [evangélico, budista, mulçumano, harekrishina, o que for] é garantia de ser uma pessoa honesta, correta? Não é o que eu tenho visto por aí.
3 - O fato de nem eu nem Laila pertencermos à religião dele, nos faz menos merecedoras de saber que porra ele queria? Parece que sim. Vai ver ele só fala com católicos e ninguém mais. Coitado, de novo.
4 - Não sermos católicas nos faz menos merecedoras, também, de continuarmos a receber o sorriso? Idem para o item 3. Parece-me também que nós também não merecemos a mínima gentileza, nem ao menos um "obrigado e desculpe-me, tchau".
Se todos os católicos estão agindo assim, hoje em dia, creio que o mundo ficou pior do que eu pensava. Ainda bem que sai desta.