segunda-feira, 29 de março de 2010

A educação e a gentileza

Tem certas coisas que, por mais que eu tente, não entendo mesmo. A falta de educação é uma delas. Gente, é tão difícil assim dizer obrigado, por favor, desculpe? Eu não acho. Porém, muita gente "boa" esquece destas três palavrinhas mágicas. E, pela minha experiência, quanto mais intelectualizada ou rica a pessoa for, maior a chance de ter amnésia na hora de ser gentil e educado com os outros. Isso é indisculpável, no meu modo de ver.
Na minha opinião, gentileza é chave de tudo, a que abre todas as portas, a que faz a vida valer a pena. O bom humor e a gentileza estão intimamente relacionados. A pessoa de bem com a vida e consigo mesmo é sempre mais gentil com os outros. O bom humor perdoa grosserias e esquece de dar o troco. Mas não é preciso estar sempre com um sorriso no rosto para ser gentil. A educação deve falar mais alto, sempre. E isso em todos os momentos da vida. Eu acho que até durante um assalto. Se você for gentil e educado com o bandido, menos chance de levar um tiro, né não?
Há algum tempo, vi uma cena que me deixou triste. Uma grande amiga minha, excelente professora, cheia de títulos e teses publicadas, humilhou publicamente uma funcionária. Tá, ela estava irritada, com problemas, e a funcionária cometeu uma falta razoavelmente grave. Mas eu fiquei indignada com o jeito que ela tratou a menina. Chamou de burra (o que, pra mim, é o pior insulto que pode existir. Nenhum outro, mesmo aquele que questiona a moralidade da mãe, é tão ofensivo quanto questionar a inteligência, a capacidade de raciocínio e, consequentemente, a capacidade de viver em sociedade)entre outras coisas, no meio de várias pessoas. A menina saiu em lágrimas.
Depois desse episódio, eu comecei a reparar em várias das atitudes desta minha amiga. E o que percebi é que ela tratava os funcionários subalternos - dela e dos outros - com arrogância. Nunca respondia aos cumprimentos vindo de faxineiras, zeladores, porteiros e flanelinhas. Vendedores, recepcionistas e auxiliares de escritórios eram mal suportados. Tinha sorrisos apenas para quem considerava igual ou superior a ela. Em troca, só conseguia má vontade e serviço mal feito. Tentei falar sobre a sua atitute e ela me olhou como se eu viesse de outro planeta. Disse que não tinha "tempo" a perder com quem não acrescentava nada na vida dela. Eu me inclui nesta categoria e deixei de vê-la.
Este foi só um exemplo. Mas presencei vários outros, com gente que pertence "à fina flor da sociedade londrinense". Um deles foi com a mulher de um empresário e grande pecuarista do Estado. Credo, que mulher mais grossa. Ele, que queria me contratar para um serviço, ficou a ver navios. Não trabalho com gente que se acha.
Eu conheço todos os porteiros da firma, bato papos animadíssimos com eles quando saio pra fumar um cigarrinho; me relaciono muito bem com as faxineiras (até combinei ir em um forró com uma delas, que acho divertidíssima), peço desculpas quando não tenho uma moeda para dar ao mendigo na rua; converso com flanelinhas; sou educada com todo mundo, independentemente de sua classe social. Trato o governador ou o garçon com o mesmo respeito. Não, isso não é verdade. Respeito mais o garçon, ho. Ele está ganhando a vida honestamente. O que é mais do que a gente pode dizer da maioria dos políticos. Sempre agradeço e elogio por qualquer serviço feito a mim, mesmo aqueles que a gente considera obrigação funcional, como o de funcionários públicos.
A vida já é muito difícil para que a gente crie ainda mais dificuldades para ela. Por isso, pense bem como você trata os outros, meu leitor. Um sorriso e um obrigado podem fazer milagres na sua vida.

PS - Para quem não entendeu nada neste post estilo Danuza Leão, quero dizer que é só um protesto contra o governador Roberto Requião e sua grosseria com os jornalistas, que cumprem sua função com dignidade. E isso é mais do que a gente pode falar dele. Se alguém acha louvável os destemperos deste homem, continue votando nele. No mínimo, deve ser igual.

quarta-feira, 24 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

#Senna50anos

Essa babação de ovo em cima dos 50 anos do Ayrton Senna já deu, né? Twitter, TV, rádios, jornais, todos lembrando o "ídolo" Senna. Tá, mas ídolo porquê? Porque foi tricampeão mundial? E daí? Nelson Piquet também foi. Emerson Fittipaldi foi bicampeão. Aliás, Emerson deveria ser mais reverenciado, foi o primeiro brasileiro campeão na F1, abriu caminho para todos os brasileiros que vieram depois. José Carlos Pace foi outro que merecia ser mais lembrado. A única diferença é que Senna morreu em frente às câmaras da Globo e o Galvão Bueno tava narrando.
Acho uma besteira tão grande gente endeusando pessoas comuns que não contribuiram em nada para o crescimento da civilização. Tá, o Senna foi um grande piloto? É, deve ter sido. Mas não melhor que outros. Se fosse, não teria morrido num acidente besta, né não? O Schumacher continua vivo e isso, pra mim, já é prova suficiente que o alemão era melhor que ele.
Aí vem alguém me falar que ele criou uma fundação para ajudar na educação. Oh, nossa, que coisa, não? Pra começo de conversa uma fundação ajuda muuuuito a reduzir impostos. Pergunte pro seu contador. Foi isso que levou a Xuxa Meneghel a criar a dela. Tá, tá ajudando muitas crianças? Tá, sim. E bato palmas pra isso. Só que não foi o Senna quem criou o Instituto Ayrton Senna e sim, a irmã dele, Viviane. É ela quem toca, cuida, orienta, arrecada fundos, enfim, dá vida à fundação. Ela sim, merecia ser cultuada, elogiada, ter os aniversários anotados. Se ela capitalizou o nome famoso do irmão, beleza, está rendendo frutos bons.
Essa babação de ovo toda deveria ser, sim, pra ela, Viviane Senna. Essa merece ser lembrada como um ídolo. Porque ela faz a diferença no mundo. O irmão, não.

sábado, 20 de março de 2010

Como irritar um governador

Pra felicidade geral dos meus cinco leitores, estou de volta. Nossa, não esperava tanta manifestação por conta da minha preguiça em escrever, hehe. Sem contar os comentários dos amigos e anônimos publicados no último post, recebi várias outras reclamações - pessoalmente - por ficar tanto tempo sem dar as caras por aqui, he. Foi bom. Faz bem ao ego saber que que minhas humildes Reminiscências conquistou alguns leitores fieis (caiu o acento? acho que sim, é ditongo aberto, afe!)
Porém, pessoas, tentem lembrar que isto aqui é um passatempo para mim. Ao contrário de alguns blogueiros amigos [né, seu Paçoca], eu não ganho dindim com meu blog. E, infelizmente, não ganhei na megasena. Portanto, tenho que cuidar da minha sobrevivência, ho. Foi um período complicado, como muita gente me pedindo orçamento para assessorias (oba!), muitas reuniões e, claro, meu trabalho no JL. Além de uns probleminhas pessoais, só pra dar um gostinho amargo. Mas, enfim, tudo na vida é passageiro, menos o motorista e o cobrador.
Neste mais de um mês que fiquei afastada, aconteceram várias coisas na minha vida. A mais engraçada você pode lido no Baixo Clero, que foi a minha briga com o governador Roberto Requião pelo Twitter. (Sim, eu tenho Twitter e escrevo mais que aqui. Portanto, se quiser ficar sabendo das últimas e dos meus mais ácidos comentários, me siga, hoho).
O Requião tuiteiro é um fanfarrão, hehe. Adoro. E a briga foi mais ou menos o seguinte: ele não gostou quando indaguei porque ele passava tanto tempo no Twitter se, teoricamente, ele ainda teria um Estado para governar. Ele me respondeu que quem tuitava para ele era Genival José, um assessor, quando estava ocupado. Aí eu perguntei se o Genival José era seu secretário de Estado para Assuntos Twitteiros e se seu cargo e salário constava no site da Transparência, he. Bravinho, Requião me deu unfollow, ou seja, não recebo mais o que ele tuita. Mas não tem importância. Eu aindo confiro tudo o que ele escreve mesmo assim. E agora comecei a contagem regressiva para sua saída do governo, ho.
Dia 1 de abril, ele entrega o cargo ao Pessuti. Nada me tira da cabeça que a data foi escolhida a dedo. No meio da cerimônia ele vai gritar: "Te peguei, 1 de Abril! Vão ter que me aturar!" Hoho, fanfarrão como sempre.