quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A comédia do horário eleitoral

Sempre que posso, faço questão de assistir ao horário político-eleitoral na TV. Aliás, quero deixar registrado aqui meu protesto: ali não tem nada de horário gratuito. Quem paga pelo tempo que este povo usa para entrar em nossa casa todo dia, por quase dois meses, somos eu e você, leitor. O governo federal dá isenções enormes nos impostos das TVs e rádios para compensar a perda do lucro no período. E imposto que deixa de ser arrecadado, já sabe, é obra a menos para quem precisa. Ou verba a menos para se desviada, como tudo indica que acontece neste País. Justificam a atitude como uma forma de dar oportunidades iguais a todos os partidos. Mas qualquer um que tenha perdido um minuto de tempo assistindo aos programas sabe que isto não acontece.
Mas voltemos ao horário pseudo-gratuito. É muito hilário assistir. Tem gente com ar de pessoa séria e tem, também, aqueles que está na cara que estão ali apenas para tapar buraco e, quem sabe até, conseguir um pouquinho de votos para a legenda. Estes, geralmente, são servidores públicos que se candidatam a tudo quanto é cargo, em tudo quanto é eleição, somente para pegar quatro meses de licença renumerada nos respectivos locais de trabalho.
Tem um cara de Londrina, que eu não vou citar o nome mas é facilmente reconhecido para quem acomapnha a política municipal, que concorre há umas 15 eleições, sem nunca ter sido eleito pra nada. Acho que nem pra síndico do prédio em que mora. Esse cara é um dos que se beneficiam, a cada dois anos, dos quatro meses de licença. Ele não gasta nada, porque o partido providencia até os santinhos.
Se tirassem esta mordomia, que eu acho injusta para com os candidatos da iniciativa privada, o número de candidatos diminuiria assustadoramente. De vez em quando, um mais carismático consegue se eleger. Mas é pura sorte, mesmo. A não ser que seja, assim, um Tiririca da vida. Aí são outros 500.
Mas o problema maior do horário eleitoral é, na minha opinião, a cara de pau dos maus políticos que aproveitam a brecha para "aparecer bem na fita". Gente que, eleita, não faz nada a não ser pegar o seu salarião e verbas representativas no final do mês. Eu mesma fiquei surpresa ao ver no horário político um cara que, segundo ele, já cumpriu cinco mandatos como deputado estadual e sobre o qual não sabia nada, nem bem nem mal. Ou seja, o cara não serve nem pra ser corrupto. Imagine então fazer "a mudança" que todos prometem?
Mas o pior de tudo é que as pessoas continuam votando neste tipo de pessoa ou sendo enganados pelos populistas "bonzinhos" do "rouba mas faz". Isso cansa minha beleza. E quando minha belezura fica cansada, perco minha santa paciência, que anda cada vez mais curta. Cada vez que escuto alguém me falando que vai votar em fulano ou sicrano, olho bem para a cara da pessoa e respondo: "Vote sim, você merece ele como representante". Só não entendo porque ficam ofendidos.

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